O tom hawk do comunicado foi mantido na ata do Copom divulgada hoje. Destacaria alguns pontos: (1) o hiato do produto está mais apertado do que o julgado anteriormente, resultado da economia mais resiliente que o esperado; (2) resiliência essa que foi debatida internamente e concluiu-se que em grande magnitude reflete a queda dos preço de alimentos e das medidas de transferência de renda feitas pelo governo (política fiscal); (3) desaceleração mais lenta da economia global, com possíveis repercussões altistas sobre o cenário de inflação doméstica; (4) expectativas de inflação que reancoraram apenas parcialmente, possivelmente por conta da percepção dos agentes de maior leniência do BCB com a inflação e foco do mercado na condução da execução da meta fiscal (não mais no arcabouço em si); (5) BCB trabalha com impacto pequeno por ora do El Nino na inflação de alimentos.
Pelo lado mais positivo se destaca a melhora qualitativa da inflação, especialmente a de serviços.
Um documento que passa longe da discussão de uma possível aceleração do ciclo de cortes. Na verdade fica a sensação de que o risco é de o ciclo de queda de juros ser menos profunda e mais cautelosa do previamente imaginado.