Carlos Kawall: temos problema estrutural, precatórios são apenas um adicional.

O Broadcast | Agência Estado trouxe entrevistas com ex-secretários do Tesouro Nacional sobre as perspectivas para as contas públicas.

Na conversa com Simone Cavalcanti e Gabriela Jucá, Carlos Kawall, sócio da Oriz, avalia que o governo não deve alterar a estratégia fiscal neste momento, especialmente por causa das eleições. Segundo ele, a alternativa tem sido mudar o discurso, prometendo correções só em 2027, como forma de recuperar a confiança do mercado.

Kawall aponta que o arcabouço fiscal é mantido apenas na forma, enquanto nos bastidores há manobras para driblar regras, inflar receitas e adiar ajustes. A piora nas projeções da dívida revela esse descompasso.

Ele alerta que adiar o ajuste fiscal pode ter um custo alto, com juros elevados e impacto sobre famílias e empresas e que o problema é estrutural e ligado aos gastos obrigatórios. Já o tema dos precatórios seria apenas parte do discurso oficial.

Sobre o cenário externo, Kawall afirma que o Brasil não está imune à volatilidade global e que esperar ganhos com crises internacionais é um erro. Segundo ele, só mudanças no ambiente global poderiam abrir espaço para ações diferentes do governo ou do Banco Central.

Leia aqui a entrevista completa.