A Ata do Copom esclareceu o debate interno que levou à decisão dividida entre os membros do comitê, com a ala majoritária mais confiante na desinflação e reancoragem, ainda que parcial, das expectativas, enquanto a ala minoritária julgou mais incerta a retração dos preços de serviços na presença de um mercado de trabalho ainda forte. A incerteza fiscal, ausente no comunicado, foi também relevante no debate, bem como o grau de ociosidade na economia (hiato do produto), ainda reduzido. Julgamos as informações coerentes com um cenário de quedas de 50 p.b. até o final do ano, com Selic chegando a 11,75% em dezembro e 9,00% em 2024. O comitê condicionou uma aceleração do ritmo de afrouxamento monetário a progressos adicionais no tocante à reancoragem das expectativas, desinflação dos preços de serviços e aumento da ociosidade, condições que julgamos menos prováveis de ocorrerem de forma acentuada ao longo desse final de ano.