Corte da Selic de 50 p.b. foi maior do que esperávamos

Corte de 50 p.b. foi maior do que esperávamos. Embora não tenha sido uma grande surpresa a divisão dos votos, chama a atenção o fato de Campos Neto e o Direto Diogo Guillen terem divergido na decisão. Campos Neto pelo corte de 50 e Diogo pelo corte de 25, que é o diretor de política econômica do BC. Se imaginava que eles estariam mais alinhados.
Campos Neto votou junto com os novos membros do Copom, com destaque para Gabriel Galipolo que foi recém-empossado e tido como o “homem da Fazenda no BC”.
O mercado agora precificará cortes maiores nas próximas reuniões, apesar do Copom ter indicado que cortes da mesma magnitude são prováveis nas próximas reuniões. Talvez essa indicação tenha sido uma exigência de Campos Neto para que ele defendesse um corte mais agudo dos juros agora.
Ao longo dos próximos meses o colegiado sofrerá novas alterações com mais diretores indicados pelo atual governo e provavelmente o mercado verá uma chance de um ciclo longo de cortes.
Destaco também a manutenção do cenário de inflação em 3,4% para o ano que vem, sendo que havia a expectativa de uma redução para algo para 3,2%. E mesmo assim, o Copom cortou a Selic.
Não imaginávamos esse nível de divisão dentro do colegiado. Isso tende a gerar mais incerteza quanto ao ciclo de cortes nos próximos meses.
Agora a Ata na semana que vem terá a tarefa de deixar mais clara as visões diferentes desses dois grupos.
Fernanda Guardado que defendeu 25 p.b. de corte fica até dezembro e será substituída por outra indicação de Lula, ou seja, em breve "o governo" terá mais um membro alinhado com cortes maiores das taxas.